segunda-feira, 30 de novembro de 2015

(Juro ir) ao mar, (Te) amar, (Ver) o mar...




O calor é sempre sufocante nessa vida-praia
O amor é mar revolto
Tantos na beira
Crianças com suas brincadeiras
Muitos saindo atordoados:
É cachote de amor pra tudo que é lado
Lá vem uma grande onda
Quão grande pode ser
Ora quero correr
Outrora me jogar de olhos fechados
Mas lembro estar na beira d'água
E a onda se quebra e esmiuça antes de chegar
O amor assim funciona
Confiar no um confiável mar

Paixão é brisa à beira mar
Areia molhada que faz o corpo arrepiar
E os fios- velas dos corações-barcos
Encontrarem seu caminho
Para o infinito azul de suspirar
Mas amor é perigo
Só entre se soube nadar
Nas águas de mares fundos
Que os mistérios e melhores amores
Moram por

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

No meu relógio


No meu relógio é sempre á tardinha e o Sol está sempre se pondo, e eu estou sempre com gostinho de café e saudade de um beijo roubado de uns tempos pra cá.
No meu relógio o tempo é dependente de mim. Se eu quero que o minuto passe: um dedo pra lá, se quero que volte: assopro pra cá e na verdade tudo depende das notas que me levam e dos sons da fazenda ao lado, tudo depende de quanto tempo eu passo de olhos fechados, depende de quantas vezes ao dia eu vou à janela pra sorrir e me alimentar dela.
No tempo tudo sempre depende de não se deixar depender de quase nada, no tempo só se corre ou se para.

Que na verdade nunca se sabe

 


Não planejei tanta felicidade, não reguei essa felicidade mas talvez a verdade é que algumas pessoas tenham nascido pra ser feliz assim desse jeito todo sem jeito que nunca sabe o que quer nem o que fazer, que não consegue ficar uma semana sem chorar, um mês sem se apaixonar e um dia sem sorrir.   Que quando sabe que vai se dar muito mal no final continua levando a vida como se fosse ficar tudo bem e por isso sempre fica.
  Que quando quer esconder algo é ai que todos ficam sabendo e quando decide que agora vai ser tudo igualzinho ao planejado é aí que fica tudo diferentemente ao contrário.
  Que consegue em toda sua sensibilidade às vezes ser tão insensível a tudo e quase todos.
  Que sofre também porque ter arte correndo nas veias não é para os fracos. A arte tem seu lado dissimulado e frio, calado por um abraço quente e empatia meio (ou totalmente) sobrenatural.
   É tanta gente numa só pessoa, tantas vozes, memórias, falas, histórias que deixaram de acontecer, mentiras interessantes não contadas por falta de propósito, tantos mundos numa noite, tantas eras que se foram e que "se serão" talvez um dia sem data, numa hora sem início meio ou fim, num local sem coordenada (nem mesmo intergalática), dentro de você e sem dúvida dentro de mim.

domingo, 8 de novembro de 2015

O impossível é relativo




   Essa coisa de pensar no futuro, prever o futuro, planejar o futuro, sonhar com o futuro, não sei se serve pra alguma coisa a não ser pra concluir que na verdade não temos o controle de nada. Quando eu era criança achava que agora não choraria mais e teria para sempre as minhas amigas brincando de queimada em baixo do prédio da minha vó. Pelos meus planos casaria com minha primeira paixão, afinal eu já tinha sete anos... O que são 20 anos?  Quando comecei a ler Carlos Drummont de Andrade e  Cecília Meirelles ganhei outro sonho: um dia um poeta escrever uma poesia  pra mim . E quando esse último se realizou a pouco tempo, todos os outros são válidos! Um dia eu vou sim voar por conta própria, vou sim viajar o mundo todo e falarei muitas línguas, visita rei uma comunidade hippie e morarei lá no mínimo por 2 anos, vou casar com um poeta e botar um nome árabe em nosso primeiro filho.E quem sabe mais o que? Se algo é impossível acho bom deixar de ser.