quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Nós sendo nós

Resultado de imagem para nós
Quem estava lá viu
Ele não fazia nada mais
Como quem não
Soubesse mais do que nós.
Quem? Mesmo nós sabíamos
Ele só pensava em nós
Como os laços de dentro da gente
Soubéssemos mais que eles.
Quem visse sabia de nós
Ele fazia nós comigo
Como cordas nos uníamos
Soubemos sempre nós, nunca os desfizemos.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Não conheço amores



Não conheço uma só laranja inteira que não queira uma sombra sobre a árvore dos desejos, onde mãos humanas não as roubam onde todos os  bichos do mundo avistam admirados a sonhar em um dia tê-la.Não conheço elfos que não queira um triângulo das bermudas, onde não há suposições de existência das coisas concretas donde os buracos negros sentem-se impotentes ao querer engoli-losNão conheço um par de neurônios que tenha um tecido só pra si, onde nada mais se mistura a não ser seus vasos donde as fabulosas mitocôndrias invejam sua peculiaridade.Não conheço nós não criados e desgrudados onde sua origem é criativa e única donde os laços avistam em soberba por causa de sua efemeridade .Não conheço luas gêmeas de órbitas distintas onde o um extraterrestre caminhe comendo seu churros sem cair em buracos de queijo e donde o Universo tirara inspiração melhor que a anterior e não nos permitirá a existência.Não conheço um segundo que falhe em tirar alguém da frente de uma bicicleta onde a noite invade e a solidão late donde os dois segundos se necessários choram o dedinho decepado mas já é tarde.Não conheço ônibus que demore mais pra juntas ímãs onde a falta do que fazer faz roer tudo que se pode nos lábios conter donde os ossos são apenas chicletes e se dão aos cães da vizinha e secam a mercê.Não conheço amores.

domingo, 14 de agosto de 2016

Um dia no meio do mar

Éramos só nos dois
Eu e o mar
Eu corria para ele
O meu prometido
Espumas e ondas revoltas
Dançando com meu corpo
Quente e cansado
Renovando minhas esperanças
Me tornando melhor
Ele havia mudado
E o digo sem julga-lo
Pois qual é o ser que vive
Sem ser renovado (?)
E qual é a coisa que se possa dizer
"Acabou!". (¿)
Sempre há mais.
Por isso é que as palavras
As tão belas e voantes
Que completariam esse espaço
Me largaram sem um fim
Então fiquei no meio do mar
Um dia elas voltam
E me tiram de cá.







Um dia no meio do mar

Éramos só nos dois
Eu e o mar
Eu corria para ele
O meu prometido
Espumas e ondas revoltas
Dançando com meu corpo
Quente e cansado
Renovando minhas esperanças
Me tornando melhor
Ele havia mudado
E o digo sem julga-lo
Pois qual é o ser que vive
Sem ser renovado (?)
E qual é a coisa que se possa dizer
"Acabou!". (¿)
Sempre há mais.
Por isso é que as palavras
As tão belas e voantes
Que completariam esse espaço
Me largaram sem um fim
Então fiquei no meio do mar
Um dia elas voltam
E me tiram de cá.







Nada somos enquanto tivermos

Não há problema algum em não contar os dias , seria até melhor que o tempo fosse do destino é nós por entendermos isso não o chamassemos de nosso. Mania estranha de ter alguma coisa! Eu não tenho cabelo castanho, as células dos meu país "coloriram as minhas " e não sou dona disso. Eu não tenho religião, mas não duvido que Deus tenha me criado para expressa -lo de alguma forma. Não posso plantar e dizer :" Está flor que vês é minha." Pois nunca serei suas raízes. Não posso pôr palavras num papel para delas ter orgulho pois as palavras são os seres mais livres que existem são reflexos de ideias e sentimentos que já passaram de mim. E mesmo esse não são meus . Sou um espelho e sentimentos são luz e só posso refletir mas nunca absorver logo eles são eternos vagantes descobridores de dimensões que felizmente não podemos nomear, o que acabaria com seu mistério. E assim por fim ou por princípio não sei são os livros que não deveriam ser vendidos e sei que não tenho que explicar isso pois basta um dia na vida vice ter realmente conhecido um livro para saber lá dentro que ele não pode ser só mais um produto é que não há preço que dê conta do bem que um livro pode fazer na gente. E pra mim o livro é mais , é uma outra dimensão da vida  tanto quanto as palavras são mais que comunicação, mas criação

sexta-feira, 15 de julho de 2016

O menino com alma de rio



O menino na beira do rio
O menino da cidade
A árvore na beira do rio
O pingo d' orvalho
O horizonte em verde

O menino na beira do rio
O vento trançando seus fios
A grama gelada
O espelho d' água
O mais breve reflexo

O menino na beira do rio
O medo da água gelada
A vontade de se banhar
O menino olhava a árvore
O pássaro desconhecido

O menino na beira do rio
O complexo de ser índio
A vida toda lhe invadindo
O menino era da cidade
Sua natureza de rio

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Eu era só mais um garoto




Eu me vi só mais um garoto
Jovem e fascinado
Eu me vi perdido
Então entendi que havia me encontrado
Bem ali ou em qualquer lugar
Quando nossos corpos sem querer se tocavam
Eu me tocava enfim
Que ela tocava em mim como música
E fazia da única nota de minha existência
O seu concerto, eu estava certo
E essa certeza me fazia sentir um garoto
Ela me sorriu
E me vi só mais um garoto
jovem e fascinado
E ao me encontar com os olhos dela
me perdi bem ali ou em qualquer lugar
Eu só pensava que queria ser tocado
E tocar algo pra ela
Sobre o meu jovem amor abestalhado

segunda-feira, 23 de maio de 2016

O que ainda eu posso ver



Vejo mães
Trazendo pães
E os irmãos
Com suas ir-maes
Vejo vidas
De validades vencidas
De simpatias escondidas
De empatias perdidas
Ouço os ventos
Brisas que vem o voltam
Sem sorrisos nem bom dias
E o mar sozinho
Sem a sua poesia
Viajo à velas
Que no calor do momento
Sem que eu perceba se derretem
Afunda no solo a cera
Do ouvido que tem sujeira
Que para escutar basta olhar
Que para julgar basta achar
Então vejo pais
Que sem avôs
Não têm filhos
Pois que a paz da família jaz
Neste caos de mundo vendido
Ou seria comprado e perdido?

quarta-feira, 4 de maio de 2016

O Sol que mal esquenta



Inspiração não bate na porta
É a poeira que te faz espirrar
O pigarro que te obriga a tossir
A fome que te motiva a comer
O sono que não consegue dormir
A música que não sabe seu final, mas quer cantar
O passarinho que ensinou o elefante a voar
É o amor que te leva a tudo crer
O sonho que te ensina a viver
A paixão que te tira pra dançar
O frio que te faz estremecer
O piolho a coçar
A lágrima a escorrer
É o tempo futuro que já veio
O último que virou primeiro
A carta que não deu tempo de ler
O Sol da manhã que não sabe aquecer
Corpo cheio de breveza e inconstância
Por ser tardia sua espera, ao alvorecer já se foi
Por ser objeto de desejo, da arte de esconde
Por se fingir de morta sempre, é só pra quem sabe viver.


sexta-feira, 29 de abril de 2016

Sobre um Teletransporte Noturno Aí



É madrugada outra vez
Os grilos cantam
Os cães ladram
No ninho busco o grão
Do bico tenho o mel
Que escorre dos olhos para os lábios
No aconchego quente úmido desse seu colo Amazônia
Me crio sem nada descrer
Me jogo na lama
Mais do que  pra me esconder
planto sorrisos
Pra te sempre colher
E sem traçar armadilhas
Tu fazes me conter

Sobre altos e baixos



Sinto como se agora eu pudesse morrer
Não devo mais que quatro reais a ninguém
Soube amar sem nada esconder
Soube chorar no dia da dor
E sorrir mais do que sempre
Soube dizer a maioria das coisas que tive vontade
E comer de tudo que a vida me desse
Com o necessário ser feliz
E ao extraordinário ser grato
Mas essa é a hora de morrer
pois subi a montanha
E do seu cume só posso descer
Sei que há montanhas mais altas
E novos nasceres do Sol
Que me ensinarão a não saber de tudo
até que um novo ciclo comece
Como um conto inédito independente do meu rumo
Como um dia de Sol que não criei mas que me orgulho

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Epitáfio da garrafa perdida.





Em mar aberto
A garrafa me fitava
Em meio às ondas
Eu fitava a garrafa
Nela não havia mensagens
Pelo mar derivava
O mar não sabe
Mas garrafa chora
Pois sua mensagem foi perdida
E não chegou na hora
Por isso a garrafa vazia
No meio do mar perdida
Chora sozinha
E de longe não se vê
A mensagem da garrafa
E é assim que a humanidade
Desgarrada à natureza
Em meio às ondas deriva
Para morrer na praia.



quarta-feira, 6 de abril de 2016

Tédio

( se já têm tédio em excesso na sua vida não precisa ler)

Mais um dia. Mais palavras e palavras
E números e medidas, e graus e certezas
E verdades e dúvidas, e chuva e zoeira
E bolinha de papel cheia de sujeira

Tudo tem todo dia: o sinal, a gritaria
A bibliotecária legal, o moço da portaria
Aquilo que eu nunca vou entender
Quase nada acabei de saber
O certo ou errado, o gabarito
O professor desengraçado
Tem a  poça e a paçoca
Semana que vem já tem prova
Mas o que a prova prova?
Provada sempre fui, mas o que provaram de mim?
Não provo ninguém.
O gosto pode ser ruim.

O que foi deixado aqui

                             

A saudade brinca de estar aqui dentro
Tanta gente que não vejo a tanto tempo
Tormenta em mim o grito da mente na agonia do sonho
Talvez eu finja que não estou vendo
E os velhos a zombar calados de nossos problemas
Quero como eles, chegar ao futuro
Pra ver amarelas as manchas hoje em sangue escuro
Pra ver toda confusão-folha levada pelo vento
Mas agora estou aqui
Porém nada de estar dentro
Desse ciclo de pessoas que não me conhecem
E eu a elas, menos.

Aonde estará ?

                        

       Aonde estará a vida e dela o sentido?
        Nas crianças? Nos velhos? Nos amores?
        E os amores? Nos cadeados da ponte?
        Nos olhos? Ás vezes eles parecem tão mortos...
        Nos mortos? Acho que eles riem de nós
        Essa gente que acha que sabe como é quando se morre
        Da criançada que chora porque levou bomba na prova
        Dos ricos com o mundo na palma da mão
        Dos casais orgulhosos esperando desculpas primeiro
       Passam a eternidade a rir do mundo inteiro.

domingo, 6 de março de 2016

Professoras, deixem as crianças cantarem sabão crá-crá!



   Não tentei comer carne de tatu por que eles me avisaram que dava dor nas costas, e até hoje prefiro leite de Cabrita. com eles abri minha mente pois gay também é gente e fui entender por que baiano fala ô chentê e come vatapá. Aprendi a rimar Dejair com João do Caminhão.Ia tirar zero na escola se não tivessem cantado que é o movimento de translação que faz a terra girar( só hoje sei que não).No quarto ano eu amei minha professora porque ela deixou a gente cantar sabão crá-crá na sala igualzinho eles pediram pras professoras no programa da Xuxa . Debocharam demais da vida? Não sei, só sei que foi tanta gente e tanta alegria , tanto pobre pulando de felicidade porque conseguiu um crediário nas Casas Bahia!
"O impossível não existe! Tudo é possível quando vocês querem.
Acreditem em vocês, vocês têm força.
E quando a música começar, todo mundo pulando junto com a gente"

Mamonas, Eu te I love yoooooooooooooooooooooooooou..... mais um pouquinho de uuuuuuuuuuuuuuuuu......

quarta-feira, 2 de março de 2016

Isso é um assalto! Passa a infância!

  


  Eles tiveram escolha? talvez sim, ninguém cresce com sonho de ser bandido, mas crescem com a milícia socando a cara do pai, se é que o conheceram, com o bandido que protege a área e é respeitado por todos, ele é quem têm as coisas de marca e as melhores garotas, ninguém na casa dele passa fome e ele está muito bem sempre com seu andar gingado. Parece afinal que o crime compensa...
  Quanto poder teria com uma 22 em mãos e coragem no peito? mas pra chegar lá é só colocar o uniforme e a mochila nas costas com a mercadoria em vez de livros, é só dar na mão do fulano tal com um cavanhaque assim assado e a bolada tá na mão!
  E como filhotes de gato  em novelos coloridos, eles se enrolam aos poucos, deslumbrados, atraídos, envolvidos demais pra desistir, já não tão inocentes, sem medo da morte ou da sorte, enfim presos, em dois anos soltos, e talvez um dia, sem esperança, mortos.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Plim!Plim!

 

   Estou na escola, mas não na aula, estou nas ruas da cidade vendo a senhora gorda com quatro sacolas plásticas em cada braço e uma menina andando atrás dela sem tirar os olhos da tela do celular  ou os fones de ouvido.
  A professora se casaco não parece sentir o mesmo frio que eu , mas não vou pedir pra aumentar o ar, nem estou na sala mesmo, entrei num café daqueles que viram bar de noite. À minha frente um suposto executivo engomado com sua camiseta de linho e café com biscoitinho , I phone 6 s na mão pra saber das últimas noticias; tragédia lá pro outro lado do oceano, penderam tudo, o mundo todo mandando doações e pêsames, uma pena não acha? Talvez se eu não estivesse pagando as duas últimas viagem para Resorts Estrangeiros, a lipo mais o spa mais o Botox da patroa e todo tipo de diversão tecnológica que as crianças conhecem, talvez ajudaria...
   O sinal bateu até  que enfim , no ônibus de volta pra casa a mulher ao meu lado não para de chorar discretamente, tinha um ar de dor de cotovelo, desemprego e aluguel atrasado tudo no mesmo mês . Atendeu o telefone e como qualquer um preveria " Oi mãe.. comigo? não, tô bem!.. só um pouco cansada posso te ligar mais tarde?'
   Como pode o tempo passar tão rápido? Até a novela das sete começa às oito, escuto o "plim plim!" ao longe pela terceira. e nada mais que uma lágrima eu deixo que caia dos meus olhos pensando que amanhã o mundo estará 2% mais egoísta 3% mais superficial e a inflação nem se fala!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Cavalo Selvagem





A poesia é um cavalo selvagem
Não se prende á linha do poema
Despensa normas pra existir
Nasceu pra soltar-se das rédeas
E ao infinito se conduzir

Se dispersa no ar
No mato se esconde
Há vezes em que cabe na palma da mão
Em outras é maior que horizonte

A poesia têm muitos donos
E por isso mesmo, dono nenhum
Só o que têm são amigos
Que cativa nos caminhos que perseguiu

Bem se deve saber
Que Cavalo Selvagem não se deixa domar
Difícil é ter dele a confiança
Mas pela poesia, é fácil se apaixonar

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Devias Duvidar?



 Dotada do direito de dizer doidices, devo declamar dramaticamente: devias dar-me as dores de dardos doces donde descem deliciosos desejos duvidosos uma dada dormida de dia. Duvido disto: do damasco desvalorizado, da desculpa da doida, de dedos-duros deduradores durões devedores, do deixado e desacreditado desamor desenfreado, dominando deputados desvairados, "doladore$" desesperados. Dum drama doutro doutor descabido de detalhes do doente. Da dama demasiadamente demorada decorando-se de dobra da hora. Devo duvidar decerto dessa dama daqui de dentro, deixa-la desatada desencadearia desatentos e desatinos desdevidos.

Teletransporte



O amor é a lente do imaginário
Pra quem ama, a Lua é amante do Sol
E as estrelas, suas luzes acesas
Que pelas madrugadas inteiras ficam aguardando
O meio dia em que seu amor queimará
Pra quem ama, o espelho não entende só matéria de reflexos
Segredo contado pra ele no fundo dos olhos
É grão de areia no fundo do mar.
Pra quem ama, teletransporte é a coisa mais fácil
Basta deitar e fechar os olhos
E ouvir no som da chuva
Os estalos de beijos
As gargalhadas e os risos
Sem propósito explícito

Primeiro Janeiro



É janeiro e eu senti de novo aquele abraço
Enquanto o primeiro pingo de chuva na janela escorreu
Lembrei do seu papo escorregadio de primeiro janeiro
e cantei sozinha que o amor ia desse mês até o mundo acabar.
Por isso li amor,escrevi amor, assisti,sonhei
Só não senti, pois bem sei
Que ele é coisa demais pra ser chamado mero sentimento
Sobre o amor: basta vivê-lo e dar a ele todo seu espaço tempo

Caixa de correio



Caixa de correio vermelha
Leve uma mensagem para o meu amor
Uma mensagem bonita de saudade
Que o faça responder
Uma mensagem doce
Que o faça querer repetir
Uma mensagem aconchegante
Como um abraço antes de dormir.

Caixa de correio vermelha
Fez o que lhe pedi?
Pois já se passara três semanas
E as crianças por ele perguntam

Caixa de correio vermelha
Não minta pra mim
Se ele não volta
Dê-me logo a carta preta
E eu poderei dizer á meus filhos:
- Teu pai mora nas estrelas...

Caixa de correio vermelha
Obrigado por enviar minha mensagem
A mensagem mais saudosa
Que meu soldado já pôde receber
Amanhã ele regressa
E o meu coração está ansioso
Mesmo que, agora com um único braço
ele venha a me envolover

Na maioria das noites quentes de verão



   A luz se apaga. Se fosse um filme soariam as doze badaladas, se fosse um livro esse seria o capítulo dois, se fosse perfeito não ecoariam agora tantas falas bobas, frases soltas e músicas que eu julgava serem apenas boas músicas antes de passar minhas noites aqui fitando o teto e imaginando que se fosse perfeito poderíamos selar os olhos e nos jogar de pijama no misterioso mundo onírico para muitas horas mais tarde acordar e meia hora  mais tarde ainda recusar levantar.
  Sinto falta de um som. A luz da janela ainda me fere os olhos e eu me lembro: é a chuva.
  A chuva que choveu na noite quente de verão e não me deixou sonhar. Ela veio como um repentino vento doce no deserto ou maresia no último andar do prédio. Pinga pequenas boas doses de lembranças e o seu barulho me nina, e o seu enigma me inspira, e o seu cheiro me fascina.