terça-feira, 14 de abril de 2015

A gota

Esse foi o meu primeiro texto e na verdade não sabia muito bem o que estava acontecendo dentro de mim, mas sentia que muitas histórias se continham ali.

  Era quinta- feira e estava nublado para alegria dos nordestinos naquela região do Ceará. Após três meses e meio de seca absoluta, agricultores e pecuaristas tinham um fundo de esperança.
O menino Fabrício estava paralisado em sua varanda seca. malhada, a cabra, já se encontrava desfalecida  pobrezinha, de sede e fome, igualzinho ao dono, que sentia um imenso aperto no coração.
Brotara milagrosamente uma única lágrima no pequeno rosto do menino pardo pelo Sol.A gota entrava em sua boca, podia então sentir o alívio das papilas. Como se alegraria se aquela gota caísse sobre a cabeça da sua querida companheira de quatro patas...
Não queria se despedir, mas sabia que era chegada a hora, sentia que ia acontecer.
E naquela tarde de quinta, enquanto o Sol se despedia deles, no colo de seu dono, soltava seu último gemido.
Pena, não tinha mais lágrimas, se tivesse aguentado por mais uns pequenos segundos.
 Ufa! Choveu...

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