quinta-feira, 9 de abril de 2015

"Baranóia"

   Se você for um pouco como eu quando o assunto é: barata, toda vez que ela vem, vermelha , cascuda, com as asas abertas pra voar, então você certamente estrará em uma pequena crise existencial entre coragem e excesso de imaginação e confesso : em vez de pisar ou tacar o chinelo (coragem),eu fico viajando sobre  modo como ela vai perfurar o meu chinelo e engolir meu pé explodir e virar um monte de gosma nojenta que vai me deixar em coma e me matar ou ela vai engolir meu chinelo e não vai morrer mas sim voar na minha cara, bem na boca , se pendurar na minha garganta e fazer a festa no meu estômago morrer lá dentro o que me faria morrer só de imaginar.
   Enquanto isso , olho tudo á minha volta e penso que cada um daqueles objetos agora contém veneno mortífero gosmento invisível de barata,  fujo desligando as luzes, correndo escada abaixo e me trancando no quarto como se ela não fosse ninja o suficiente pra passar debaixo da porta.
Me fito no espelho , o fundo dos meus olhos toca a arritmia agitada do meu peito, me jogo na cama e não quero pensar, mas é inevitável, em todas as atrocidades que a barata está fazendo viva por esse mundo .
  Ainda uma última observação é que durante esse período eu me coço sistematicamente a cada vez que passa uma brisa leve ou a roupa desliza rente ao corpo, puxo um pouco de ar com o nariz num semi-susto e olho em volta.
Será que ela entrou no meu quarto com uma serra elétrica, debaixo da minha cama sem eu ver?

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